quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ceará deverá produzir 39% de torres e geradores

Do total de investimentos em energia eólica no Ceará, 60% são utilizados para importação.
A Fuhrländer poderá reduzir as importações de torres e geradores do Ceará em 39%, junto com a Aeris Energy, produtora de pás, e a Gram-Eollic e Tecnomaq, fabricantes de torres. A estimativa é de que as importações caiam de 60% para 21% nos próximos quatro anos.

A pedra fundamental da fábrica de aerogeradores alemã foi lançada ontem, com o presidente Joachim Fuhrländer. Ela começa a operar no primeiro semestre de 2013 produzindo máquinas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
Até 2016, já estão contratados investimentos da ordem de R$ 7 bilhões para o setor no Ceará. Do total, 60% são gastos com a importação de torres e geradores; os outros 40% ,com montagem e serviço. Com a nova cadeia produtiva de energia eólica, 39% das torres e geradores passarão a ser produzidas dentro do Estado. A previsão é de que o Ceará atinja 1.818 megawatts nominal de energia eólica até 2016. O Estado opera hoje com 518 megawatts e 17 parques eólicos.

“Para completar o ciclo, faltava uma indústria básica, que é de geradores. Melhor do que a demanda energética é a produção industrial que vai gerar”, afirmou Fernando Ximenes, presidente da Gram-Eollic e 1º secretário da Câmara Setorial de Energia Eólica do Estado. A produção dos insumos eólicos representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense. Ainda não há previsão de aumento do PIB com a chegada da Fuhrländer.

A fábrica de torres da Gram-Eollic e Tecnomaq, apesar de montada em Itaitinga, no quilômetro 17 de Fortaleza, ainda não está funcionando. O investimento inicial é de 16 mil toneladas de aço. “Estamos aguardando os leilões para entrar em processo industrial”, disse Ximenes, que preferiu não informar o valor do investimento.
O A-3, próximo leilão de energia, será no dia 28 de junho. O A-5 foi marcado para agosto. Em cada leilão, estão sendo ofertados 2.850 mW. A previsão é de que, em cada certame, o Ceará fique com 20%, representando cerca de 600 mW. Com o A-3 e o A-5, estima-se mais R$ 5 bilhões. Somados aos R$ 7 bilhões já contratados para o setor, os investimentos deverão acumular R$ 12 milhões.

Outra fábrica
A Fuhrländer mal chegou ao Brasil e já pensa em ampliar a fábrica no Estado ou construir uma nova unidade fabril no País. De acordo com o gerente de projetos da empresa, Newton Lima, existe a possibilidade de instalação de uma fábrica de aerogeradores no estado do Rio de Janeiro. A previsão é de que sejam investidos R$30 milhões, seja no caso de amplicação, seja para implantação de nova unidade.

O próximo passo será selecionar um grupo de 25 pessoas do Brasil (18 do Ceará), para passarem por treinamento na Alemanha. O grupo tomará conta da fábrica no Estado.

Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Para o governador Cid Gomes, foi fechado um ciclo do que há muitos anos era “um sonho” de autossuficiência energética. “O empreendimento já nasce vitorioso porque nasce com toda uma demanda acertada”, disse Cid sobre a Fuhrländer.

Números

R$ 99,57
Foi o valor por mW de energia eólica definido no último leilão

240
máquinas é quanto a Fuhrländer vai produzir por ano
Saiba mais

Raio X da Fuhrländer

Área da 1ª fábrica: 122 mil m²
1ª etapa: R$ 15 milhões
Em caso de ampliação: poderá receber investimento adicional de R$ 30 milhões
Tempo para finalização: 8 meses
Início das atividades: 1º semestre de 2013
Capacidade: 20 unidades/mês (em um turno)
Geração de empregos: 200 diretos e 600 indiretos
Produto gerado: aerogeradores das classes FL 2.5 MW e FL 3.0MW, máquinas de grande potência, com 141 metros de altura

Sobre a Fuhrländer: Fundada em 1960 na região de Frankfourt, na Alemanha, a Fuhrländer é uma das pioneiras na utilização de energia eólica em todo o mundo. A empresa tem equipamentos em 40 países, e fábricas na Alemanha, Vietnã, Ucrânia e China.

Juliana Diógenes
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/04/noticiasjornaleconomia,2814287/ceara-devera-produzir-39-de-torres-e-geradores.shtml

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