segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Usinas eólicas evitam rotas de aves migratórias no País

JOSÉ MARIA TOMAZELA - Agência Estado

O Brasil ocupa apenas a 21ª posição no ranking mundial de energia eólica, mas já toma cuidados para evitar um dos mais sensíveis impactos ambientais produzidos pelas hélices gigantes dos aerogeradores: a morte de pássaros.


A instalação desses equipamentos no País exige estudo de avifauna e, mesmo com o vento favorável, as hélices não são colocadas em rotas migratórias de aves. Os Estados Unidos, o segundo no ranking atrás apenas da China, não tomaram o mesmo cuidado e agora veem as pás como ameaça a um de seus principais símbolos, a imponente águia dourada americana.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Energia Renovável (ABEER), engenheiro José Tadeu Matheus, como a entrada do Brasil no mercado mundial eólico é relativamente recente, o País incorporou as tecnologias mais modernas para evitar impactos ambientais.

"As pás das nossas centrais têm grandes dimensões, mas o giro é lento e elas são percebidas pelos animais voadores. Os pássaros batem naquilo que não conseguem ver." Além disso, as empresas brasileiras adotam torres de sustentação compactas de aço ou concreto, sem pontos de apoio para a construção de ninhos.

O parque eólico brasileiro é composto por 56 centrais com potência total de 1,08 gigawatts - menos de 10% da geração de usina de Itaipu. São cerca de 500 torres, sendo que as maiores têm 108 metros de altura e o giro das pás cobre um diâmetro de 82 metros.

As usinas se concentram no litoral do Nordeste e, em quantidade menor, nos três Estados da região Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "Para instalar a central eólica, é preciso obter as licenças dos órgãos ambientais do Estado ou da União, conforme o local. Uma das exigências é o estudo da avifauna com o monitoramento das correntes migratórias", disse.

De acordo com Matheus, pesquisas internacionais indicam que a colisão com as pás eólicas estão entre as menores causas de mortandade de pássaros.

"Visitei a maioria das centrais brasileiras e não constatei um caso sequer de acidente com aves." Ele disse que o tema já suscitou discussões no governo brasileiro. Na preparação de um dos leilões de energia eólica, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, lembrou a necessidade de cuidados para evitar a morte de pássaros.

"Na ocasião, eu apresentei ao ministro um estudo publicado pelo professor João Tavares Pinho, da Universidade Federal do Pará, mostrando que esse impacto é baixíssimo."

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,usinas-eolicas-evitam-rotas-de-aves-migratorias-no-pais,774545,0.htm

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasil é o País com a energia eólica mais barata

O Brasil é o País que produz a energia eólica mais barata do mundo – cerca de €40 por kWh (R$99,64 por kWh), de acordo com Elbia Melo, directora e presidente executiva da Abeeolica, a Associação Brasileira de Energia Eólica. A responsável, que se baseou em dados do Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil, afirmou inclusive que os preços podem ainda baixar mais em Dezembro.

Nos últimos três anos, no Brasil, a energia eólica aumentou a sua competitividade, sobretudo devido ao crescimento da produtividade e diminuição dos custos de geração. É hoje também a segunda fonte de energia mais barata do país, a seguir à hídrica.

“Todo este crescimento do sector não aconteceu por magia” – explicou Elbia ao Planeta Sustentável. “O Brasil investiu muito na aprendizagem tecnológica desde 2004, com o Programa Nacional de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Eléctrica, o Proinfa. Como consequência, conseguiu progredir do ponto de vista técnico e aumentar a sua capacidade de gerar energia eólica”.

Há ainda duas outras razões para o preço barato desta energia. Em primeiro lugar, o modelo de leilão promovido pelo Governo estimula a competição entre as empresas do sector, colocando-as frente a frente para expôr os seus custos de produção; em segundo, a crise económica inibiu os investimentos globais em energia eólica, dando ao Brasil o título de terceiro país que mais produz esta electricidade, a seguir à China e Índia.

“Em Dezembro temos um novo leilão e todos se estão a perguntar se o preço da produção poderá baixar ainda mais. Muitos duvidam, mas o mercado é imprevisível e várias empresas ainda querem entrar neste sector. Então sim, há grandes chances de baratear ainda mais o process”, concluiu Elbia Melo.

Fonte: http://www.greensavers.pt/2011/11/24/brasil-e-o-pais-com-a-energia-eolica-mais-barata/

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Parque Eólico de Osório - RS





Japão deve trocar energia nuclear por eólica e solar, diz Greenpeace

Relatório de ONG pede que país garanta segurança na geração de energia.
Estudo foi publicado nesta segunda-feira.


Afastar-se da energia nuclear e substituí-la por energia solar ou eólica custaria ao Japãocerca de US$ 280 bilhões em novos investimentos até 2020, disse o Greenpeace nesta segunda-feira (12), pedindo a Tóquio que garanta a segurança para a futura geração de energia.
O estudo foi apresentado enquanto o Japão debate o futuro da energia nuclear depois que o terremoto e o tsunami de março provocaram a pior crise nuclear do mundo em 25 anos, na usina de Fukushima Daiichi.
Cerca de 70% da população japonesa se opõe à energia nuclear e acham necessário buscar fontes alternativas de energia apesar do custo potencial.
Atualmente, apenas 11 dos 54 reatores estão operando no Japão após verificações de manutenção devido à preocupação da população. Isso significa que apenas 20% da capacidade nuclear total do país está sendo utilizado. A energia solar e a eólica são responsáveis por cerca de 1% da eletricidade do país.
Em um cenário de energia verde, que inclui um aumento pequeno da energia gerada por gás, o lobby ambiental propôs aumentar a capacidade geradora de turbinas eólicas dos atuais 2,1 gigawatts (GW) para 56 GW e a dos painéis solares de 3,6 GW para 57 GW.
 Visão geral da usina de Fukushima Daiichi nesta segunda-feira (25), em vídeo divulgada pela Tepco (Foto: AP)Visão geral da usina de Fukushima Daiichi, em vídeo divulgada pela Tepco, após passagem de Tsunami (Foto: AP)
Em conta
O Greenpeace também diz que o custo da eletricidade proveniente da energia solar, que agora é mais alto do que os dos combustíveis fósseis, deveria cair para níveis competitivos conforme a tecnologia avança.
"O preço (da energia solar) caiu mais de 50% no último ano na Europa e vai cair outros 20% nos próximos 12 meses", disse Sven Teske, especialista sênior em energia do Greenpeace International.
O Greenpeace quer que o Japão reduza sua capacidade por energia de carvão em 60%, para 19,3 GW dentro de 10 anos. O Japão também deveria reduzir a capacidade de usinas de energia abastecidas por petróleo em 16%, enquanto aumenta a capacidade de energia gerada por gás natural, acrescentou.

O importante é não competir

Leilões de energia do governo consolidam eólicas como fontes baratas, mas o sistema, que coloca as renováveis em competição entre si, desfavorece outras fontes limpas.



Terminados os dois dias de leilões de energias do governo, o páreo foi duro para as renováveis, que pelo sistema são obrigadas a competir entre si pelo menor preço. Eólica saiu vitoriosa, com 78 usinas vendidas nos dois dias, seguida de biomassa, com 11. As pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s), opções ambientalmente menos agressivas do que as grandes usinas hidrelétricas, foram grandes derrotadas: ficaram no zero a zero. O resultado comprova que falta uma política adequada para incentivar as renováveis no país.
Os leilões são o momento onde é vendida a energia que o brasileiro irá consumir nos anos seguintes. Neste, entraram na disputa, além das fontes renováveis, térmicas a gás e ampliação da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. A eólica seguiu em sua progressão de competitividade. Caiu de R$ 133 por MegaWatt-hora, valor negociado em 2010, para R$101,65 MWh, fechando em um valor menor do que o da energia elétrica gerada por termelétricas movidas a gás natural. Biomassa teve o maior salto de competitividade, com projetos comercializados abaixo de R$100/MWh.
“Se as usinas a gás tivessem sido ofertadas separadamente, haveria mais espaço para biomassa e pequenas centrais hidrelétricas”, avalia Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace. “Estas fontes renováveis ainda dependem de incentivos para se tornarem completamente competitivas. Por isso defendemos um projeto de lei para as renováveis, o PL 630/03, que estabelece diretrizes para incentivar energias renováveis. Entre elas, leilões separados para as fontes”, concluiu Baitelo.
O segundo dia do leilão foi dedicado à energia chamada de reserva, que entra em cena somente quando há necessidade. Neste, o preço médio da energia ficou em R$99,61 por MWh, com 41 empreendimentos contratados. O do dia anterior, chamado A-3, terminou com preço médio de R$102,7 por MWh. “Os resultados dos últimos anos têm sido positivos para eólica.  Teremos o equivalente à meia usina hidrelétrica de Itaipu de energia dos ventos daqui a 3 anos”, calcula Baitelo.
No total, os leilões garantiram a venda de 3.962,6 MW de energia para o Brasil, que estarão disponíveis até 2014, dos quais 48,7% provenientes dos ventos, 26% de termelétricas a gás natural, 11,5% de térmicas a biomassa e 11,4% da hidrelétrica de Jirau.
O PL 630/03 está paralisado desde o final de 2009 na Câmara Federal. Mais conhecido como Lei de Renováveis, ele é considerado a semente de uma revolução energética capaz de garantir o futuro de nosso país. A lei aloca subsídios para fontes de geração limpa e assegura a elas prioridade na ligação com a rede de distribuição de energia nacional.
Também amplia a quantidade de energia limpa comercializada no país e abre o caminho para a geração descentralizada, prevendo, inclusive, que brasileiros individualmente possam gerar energia em suas próprias casas e jogar o excedente na rede elétrica.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Primeiro parque eólico da Petrobras entra em operação comercial

     A Petrobras informa que as usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e Mangue Seco, que compõem o Parque Eólico de Mangue Seco, já estão operando comercialmente no Rio Grande do Norte. Com investimento de R$ 424 milhões, o primeiro Parque Eólico da Petrobras entrou em operação comercial oito meses antes do compromisso assumido com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
     Os contratos de venda de energia para as usinas foram ofertados no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009 e são válidos por 20 anos. O certame de 2009 previa que a energia gerada pelas usinas seria disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional em 1º de julho de 2012, mas a Petrobras antecipou o cronograma e todo o parque eólico está em  operação comercial  desde hoje (1º de novembro), com a entrada em operação da última usina, a Juriti. 
     A usina de Potiguar está em operação comercial desde 26 de agosto de 2011 e as usinas de Cabuji e Mangue Seco, desde 24 de setembro de 2011 e 6 de outubro de 2011, respectivamente.Localizadas no entorno da Refinaria Potiguar Clara Camarão, às margens da Rodovia RN 221, em Guamaré, as usinas são constituídas por 52 aerogeradores de 2 megawatts (MW) cada. Estas características fazem com que o Parque Eólico de Mangue Seco possua a maior capacidade instalada no país com este tipo de aerogerador (104 MW), suficientes para suprir energia elétrica a uma população de 350.000 habitantes.Cada aerogerador, com um peso de cerca de 300 toneladas, é composto por uma torre de concreto e aço de 108 metros de altura e um conjunto de três pás de fibra de vidro, com 42 metros de comprimento. 
     O sistema de transmissão de cada unidade é constituído de uma rede de distribuição interna de 34,5 quilovolts (kV), uma subestação elevadora de 34,5/138 kV e de uma linha de transmissão de 138 kV.A usina Cabugi foi construída em parceria com a Eletrobrás; a usina Mangue Seco, em parceria com a Alubar Energia; e as usinas Potiguar e Juriti, em parceria com a Wobben WindPower.

Fonte: http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/11/01/primeiro-parque-eolico-da-petrobras-entra-em-operacao-comercial/